2º EM noturno

2º ano EM


BIBLIOTECA VIRTUAL  -  2º ano do Ensino Médio (Noturno)
Seja muito bem-vindo(a) a esse espaço que foi criado com muito carinho para você. A intenção primeira é apenas organizar melhor a matéria que nós estudamos desde o início de fevereiro até o dia anterior ao confinamento. Intercalei exercícios após as anotações sobre a matéria. As dúvidas em relação tanto à matéria quanto aos exercícios podem ser deixadas em comentários.
Teoria
1.     Tipos textuais X Gêneros textuais
aa)     Os tipos textuais são apenas teoria, são conceitos. Os gêneros textuais são a concretização dessa teoria, isto é, gênero é a língua portuguesa na prática, existindo e atuando em nossas vidas.
bb)    Os tipos são só cinco. Os gêneros são incontáveis.
cc)    Exemplos: 1. descrição (retrato falado, anúncio de aluguel ou compra de algo), 2. narração (conto de fadas, notícia de um assalto), 3. injunção ou instrução (manual de celular, receita), 4. dissertação expositiva (texto de livros didáticos, artigos científicos), 5. dissertação argumentativa (artigo de opinião, editorial, redações do ENEM).
dd)    Definição dos tipos:
i)                A descrição elabora um retrato verbal de algo ou alguém
ii)              A narração conta uma história
iii)             A injunção dá instruções
iv)             A dissertação expositiva apresenta informações
v)               A dissertação argumentativa defende uma opinião
Agora resolva os exercícios sobre a matéria.  Dicas: 1) circule cada palavra que você não sabe o que significa, procure o seu significado e, só depois, tente resolver; 2) escreva suas dúvidas nos comentários para eu poder responder; 3) disponibilizarei o gabarito comentado na próxima postagem. Beijo grande! Bom estudo!
Exercícios
1 – (Universidade Estácio de Sá – RJ) – Preencha os parênteses com os números correspondentes; em seguida, assinale a alternativa que indica a correspondência correta. As alternativas estão ao final da questão.
1.     Narrar
2.     Argumentar
3.     Expor
4.     Descrever
5.     Prescrever
(    ) Ato próprio de textos em que há a presença de conselhos e indicações de como realizar ações, com emprego abundante de verbos no modo imperativo.
(    ) Ato próprio de textos em que há a apresentação de ideias sobre determinado assunto, assim como explicações, avaliações e reflexões. Faz-se uso de linguagem clara, objetiva e impessoal.
(    ) Ato próprio de textos em que se conta um fato, fictício ou não, acontecido num determinado espaço e tempo, envolvendo personagens e ações. A temporalidade é fator importante nesse tipo de texto.
(    ) Ato próprio de textos em que retrata, de forma objetiva ou subjetiva, um lugar, uma pessoa, um objeto etc., com abundância do uso de adjetivos. Não há relação de temporalidade.
(    ) Ato próprio de textos em que há posicionamentos e exposição de ideias, cuja preocupação é a defesa de um ponto de vista. Sua estrutura básica é: apresentação de ideia principal, argumentos e conclusão
.
a) 3, 5, 1, 2, 4
b) 5, 3, 1, 4, 2
c) 4, 2, 3, 1, 5
d) 5, 3, 4, 1, 2
e) 2, 3, 1, 4, 5
2 – (FUNCAB) – Leia o texto e marque a alternativa correta.
Internet e a importância da imprensa
Este artigo não é sobre a pornografia no mundo virtual nem tampouco sobre os riscos de as redes sociais empobrecerem o relacionamento humano. Trata de um dos aspectos mais festejados da internet: o empowerment (“empoderamento”, fortalecimento) do cidadão proporcionado pela grande rede.
É a primeira vez na História em que todos, ou quase todos, podem exercer a sua liberdade de expressão, escrevendo o que quiserem na internet. De forma instantânea, o que cada um publica está virtualmente acessível aos cinco continentes. Tal fato, inimaginável décadas atrás, vem modificando as relações sociais e políticas: diversos governos caíram em virtude da mobilização virtual, notícias antes censuradas são agora publicadas na rede, etc. Há um novo cenário democrático mais aberto, mais participativo, mais livre.
E o que pode haver de negativo nisso tudo? A facilidade de conexão com outras pessoas tem provocado um novo fenômeno social. Com a internet, não é mais necessário conviver (e conversar) com pessoas que pensam de forma diferente. Com enorme facilidade, posso encontrar indivíduos “iguais” a mim, por mais minoritária que seja a minha posição.
O risco está em que é muito fácil aderir ao seu clube” e, por comodidade, quase sem perceber, ir se encerrando nele. Não é infrequente que dentro dos guetos, físicos ou virtuais, ocorra um processo que desemboca no fanatismo e no extremismo.
Em razão da ausência de diálogo entre posições diversas, o ativismo na internet nem sempre tem enriquecido o debate público. O empowerment digital é frequentemente utilizado apenas como um instrumento de pressão, o que é legítimo democraticamente, mas, não raras vezes, cruza a linha, para se configurar como intimidação, o que já não é tão legítimo assim…
A internet, como espaço de liberdade, não garante por si só a criação de consensos nem o estabelecimento de uma base comum para o debate.
Evidencia-se, aqui, um ponto importante. A internet não substitui a imprensa. Pelo contrário, esse fenômeno dos novos guetos põe em destaque o papel da imprensa no jogo democrático. Ao selecionar o que se publica, ela acaba sendo um importante moderador do debate público. Aquilo que muitos poderiam ver como uma limitação é o que torna possível o diálogo, ao criar um espaço de discussão num contexto de civilidade democrática, no qual o outro lado também é ouvido.
A racionalidade não dialogada é estreita, já que todos nós temos muitos condicionantes, que configuram o nosso modo de ver o mundo. Sozinhos, nunca somos totalmente isentos, temos sempre um determinado viés. Numa época de incertezas sobre o futuro da mídia, aí está um dos grandes diferenciais de um jornal em relação ao que simplesmente é publicado na rede.
Imprensa e internet não são mundos paralelos: comunicam-se mutuamente, o que é benéfico a todos. No entanto, seria um empobrecimento democrático para um país se a primeira página de um jornal fosse simplesmente o reflexo da audiência virtual da noite anterior. Nunca foi tão necessária uma ponderação serena e coletiva do que será manchete no dia seguinte.
O perigo da internet não está propriamente nela. O risco é considerarmos que, pelo seu sucesso, todos os outros âmbitos devam seguir a sua mesma lógica, predominantemente quantitativa. O mundo contemporâneo, cada vez mais intensamente marcado pelo virtual, necessita também de outros olhares, de outras cores. A internet, mesmo sendo plural, não tem por que se tornar um monopólio. 
 (CAVALCANTI, N. da Rocha. Jornal “O Estado de S. Paulo”, 12/05/14, com adaptações.)
Questão - Pelas características da organização do discurso, a respeito do texto pode-se afirmar que se trata de uma:
a) dissertação de caráter expositivo, pois explica, reflete e avalia ideias de modo objetivo, com intenção de informar ou esclarecer.
b) narração, por reportar-se a fatos ocorridos em determinado tempo e lugar, envolvendo personagens, numa relação temporal de anterioridade e posterioridade.
c) dissertação de caráter argumentativo, pois faz a defesa de uma tese com base em argumentos, numa progressão lógica de ideias, com o objetivo de persuasão.
d) descrição, por retratar uma realidade do mundo objetivo a partir de caracterizações, pelo uso expressivo de adjetivos.
e) expressão injuntiva, por indicar como realizar uma ação, utilizando linguagem simples e objetiva, com verbos no modo imperativo.

3 – (ENEM 2012) – Leia atentamente o texto a seguir e marque a alternativa correta (títere = marionete, boneco)
E como manejava bem os cordéis de seus títeres, ou ele mesmo, títere voluntário e consciente, como entregava o braço, as pernas, a cabeça, o tronco, como se desfazia de suas articulações e de seus reflexos quando achava nisso conveniência. Também ele soubera apoderar-se dessa arte, mais artifício, toda feita de sutilezas e grosserias, de expectativa e oportunidade, de insolência e submissão, de silêncios e rompantes, de anulação e prepotência. Conhecia a palavra exata para o momento preciso, a frase picante ou obscena no ambiente adequado, o tom humilde diante do superior útil, o grosseiro diante do inferior, o arrogante quando o poderoso em nada o podia prejudicar. Sabia desfazer situações equívocas, e armar intrigas das quais se saía sempre bem, e sabia, por experiência própria, que a fortuna se ganha com uma frase, num dado momento, que este momento único, irrecuperável, irreversível, exige um estado de alerta para a sua apropriação.
RAWET, S. O aprendizado. In: Diálogo. Rio de Janeiro: GRD, 1963 (fragmento).
No conto, o autor retrata criticamente a habilidade do personagem no manejo de discursos diferentes segundo a posição do interlocutor na sociedade. A crítica à conduta do personagem está centrada:
a) na imagem do títere ou fantoche em que o personagem acaba por se transformar, acreditando dominar os jogos de poder na linguagem.
b) na alusão à falta de articulações e reflexos do personagem, dando a entender que ele não possui o manejo dos jogos discursivos em todas as situações.
c) no comentário, feito em tom de censura pelo autor, sobre as frases obscenas que o personagem emite em determinados ambientes sociais.
d) nas expressões que mostram tons opostos nos discursos empregados aleatoriamente pelo personagem em conversas com interlocutores variados.
e) no falso elogio à originalidade atribuída a esse personagem, responsável por seu sucesso no aprendizado das regras de linguagem da sociedade.
4 -  (MACKENZIE) -  Leia o texto abaixo e marque a opção correta.
“É comum, no Brasil, a prática de tortura contra presos.  A tortura é imoral e constitui crime. Embora não exista ainda nas leis penais a definição do ‘crime de tortura’, torturar um preso ou detido é abuso de autoridade somado à agressão e lesões corporais, podendo qualificar-se como homicídio, quando a vítima da tortura vem a morrer. Como tem sido denunciado com grande frequência, policiais incompetentes, incapazes de realizar uma investigação séria, usam a tortura para obrigar o preso a confessar um crime. Além de ser um procedimento covarde, que ofende a dignidade humana, essa prática é legalmente condenada. A confissão obtida mediante tortura não tem valor legal e o torturador comete crime, ficando sujeito a severas punições.” (Dalmo de Abreu Dallan)

Pode-se afirmar que esse trecho é uma dissertação:
a) que apresenta, em todos os períodos, personagens individualizadas, movimentando-se num espaço e num tempo terríveis, denunciados pelo narrador, bem como a predominância de orações subordinadas, que expressam sequência dos acontecimentos;
b) que apresenta, em todos os períodos, substantivos abstratos, que representam as ideias discutidas, bem como a predominância de orações subordinadas, que expressam o encadeamento lógico da denúncia;
c) que apresenta uma organização temporal em função do pretérito, jogando os acontecimentos denunciados para longe do momento em que fala, bem como a predominância de orações subordinadas, que expressam o prolongamento das ideias repudiadas;
d) que consegue fazer uma denúncia contundente, usando, entre outros recursos, a ênfase, por meio da repetição de um substantivo abstrato em todos os períodos, bem como a predominância de orações coordenadas sindéticas, que expressam o prolongamento das ideias repudiadas;
e) que consegue construir um protesto persuasivo com uma linguagem conotativa, construída sobre metáforas e metonímias esparsas, bem como com a predominância de orações subordinadas, próprias de uma linguagem formal, natural para esse contexto. 

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